Londres: A ida

A expectativa que se tem com a ida para Londres foi absurda. Quando se quer muito uma coisa a gente fica muito ansioso para chegar aquele momento logo e viver o que sonhávamos a anos. A gente nem acredita que aquilo está se tornando realidade.

E no dia 12/01/2013, o grande dia havia chegado. Meu voo era só de noite (às 21h30), mas de dia foi só tensão e ansiedade.

Sabe aquela coisa que dizem para deixarmos tudo pronto antes do dia da viagem? Nem sempre conseguimos. Mal de brasileiro de deixar tudo para a última hora. No início da tarde fui à farmácia para comprar remédios, caso precisasse. É sempre bom levar. Levei de dor de cabeça, enjoo, congestionamento nasal, etc. Em casa ainda faltava guardar as últimas coisas e fechar as malas.

Me arrumei e foi difícil escolher uma roupa, já que no Rio o calor estava absurdo, mas eu não podia esquecer que quando eu chegasse em Londres estaria muito frio. Então coloquei uma meia-calça por baixo da calça jeans, uma blusa preta, uma par de meias, a bota e levei o casaco nas mãos e as luvas e gorro na bolsa de mão.

Beijei meu cachorro… No carro comigo foi meu padrasto, minha mãe, minha prima e meu tio. E fomos para o Galeão.

Chegando no aeroporto

Eu encontraria com a líder do grupo da Cultura Inglesa e, posteriormente, com o pessoal que viajaria comigo. Para isso, na reunião pré-embarque foi estabelecido um local no aeroporto e foi dado um kit com uma camisa amarela (bem chamativa). Assim seria fácil de encontrar quem estivesse conosco.

Cheguei ao local marcado no horário (18hs) e lá estava Magali (tia da viagem) porque nossa líder de Grupo, a Almencina, já estava em Londres organizando nossa chegada. Aos poucos os alunos foram chegando. Fui andando e tirando fotos. Estava muito feliz porque estava indo realizar um grande sonho, mas ao mesmo tempo triste por estar deixando quem amo aqui… longe de mim.

Meus olhos iam se enchendo d`água cada vez que ia chegando a hora de partir. Mas eu tinha que ser forte, pois minha mãe estava ali e ela já estava quase chorando. Não gosto de despedidas. Eu choro vendo filme, novela, comercial… imagina se despendido!!! Ahhhhhhh, mas iriam ser só duas semanas… 15 dias passam rápido demais e terão que ser os 15 dias mais bem aproveitados da minha vida até aquele momento, pensava eu. Então chega de espera…

Estava ansiosa esperando minha amiga de viagem, Letícia. Mas passou do limite da hora e ela não chegou. Teríamos que entrar logo, pois o grupo era grande. Fomos todos fazer o check-in e depois despachar as malas. Depois… nos despedir. Soltei algumas lágrimas, mas não tantas quanto pensei. Tinha que ganhar o mundo. Esse era meu sonho e eu estava indo realizá-lo. Tinha que ser forte. “Mãe, não chora, senão eu choro!”, eu ordenava pra minha mãe, mas não adiantava. Foi rápido. Logo logo eu fui entrando e acenando de longe para a família…

(Só em escrever esse post eu chorei… eu sou muito emotiva… kkkkkkk)

A hora da verdade

Depois já não era mais possível vê-los… aí só restava ir. Passei pelo detector de metais. Nossa bagagem de mão também passa em uma esteira onde foi preciso tirar o notebook, o celular, eletrônicos, etc. Fácil essa parte. Depois chegou a vez da polícia federal. Depois dali (que já eram umas 19h30, mais ou menos) era só aguardar o horário de entrar no avião (20h50). Fui andar ali pela área de embarque. Mas ainda estava ansiosa esperando a Letícia que felizmente chegou logo depois. E aí eu estava mais calma.

Resolvemos não entrar no Dutty Free, pois ia ser difícil resistir às compras. Então resolvemos ir comer e… fila gigantesca. Só sei que quando pegamos nosso lanche já tínhamos que subir, pois já estava próximo ao horário do voo. Subimos e comemos. Conversamos mais um pouco e entramos. Um comboio de gente. Deram preferência pro nosso grupo. Ainda bem.

Que sensação maravilhosa ir andando e entrar no avião. Todos os meus colegas com aquela camisa linda. Ficamos espalhados pelo final do avião. Sentamos e aguardamos a hora de decolar. Estava do lado do corredor, mas conseguia olhar pela janela. Via vários aviões chegando e partindo em tão pouco tempo.

Hora de decolar

Depois de todos estarem nos seus devidos lugares e tudo pronto, a comissária de bordo deu as instruções e subimos. Decolamos… Já havia viajado de avião, mas aquela sensação era única! Via as luzinhas se distanciando, via a Ponte Rio-Niterói, o Cristo Redentor, a luz do Bondinho do Pão-de-Açúcar… tudo tão distante! E o avião fazendo a curva. Os ouvidos já dando sinais de surdez. Altitude. E ele ia subindo e subindo. E assim foi. Quando estava estável já podíamos andar pelo avião.

Veio a primeira refeição, o jantar. Todos falam que comida de avião é ruim. Então olhem e vejam o que acham.

Estrogonofe de frango com arroz e cenoura, pãozinho, saladinha. Até que estava tudo gostosinho. E só para constar, nossos voos de ida eram de Lufthansa.

Conversei com a turma e depois fui aprender a mexer no computador/TV/Rádio que fica nas costas do banco da minha frente. Procurei por filmes e escolhi Busca Implacável 2. Assisti ele todo e achei muito bom. Quando terminei já eram meia-noite e pouca pelo horário de Brasília. Mas a essa altura já tínhamos saído de solo brasileiro e estávamos por cima do oceano. Nessa hora lembrei do acidente da Air France onde centenas de pessoas morreram.

Deu um medo, mas me apeguei a Deus, orei e olhei para o lado e quase todos já estavam dormindo. Resolvi fazer o mesmo. Mas começaram as turbulências e foram bem fortes. Quem já estava dormindo, continuou. Eu, lerda, não consegui. Depois de uns 40 minutos tensa com a turbulência consegui abraçar o sono e apagar… afinal seriam 12 horas, aproximadamente, de voo fazendo escala em Frankfurt (Alemanha) e depois outro voo até Londres (mais uma hora e meia de voo).